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Wednesday, March 22, 2006

o paradigma holográfico

o paradigma holografiko
Existe uma realidade objectiva ou o Universo é um fantasma? Em 1982 ocorreu um facto muito importante. Na Universidade de Paris uma equipa de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect realizou o que se pode tornar na mais importante experiência do século XX. Provavelmente, você nunca ouviu falar sobre isto nos noticiários. De facto, a menos que tenha o hábito de ler jornais e revistas científicos, provavelmente nunca ouviu falar de Alain Aspect. Mas há muitos que pensam que o que ele descobriu pode mudar a face da ciência. Aspect e sua equipa descobriram que sob certas circunstâncias, partículas sub-atómicas como os electrões, são capazes de comunicar instantaneamente umas com as outras, independentemente da distância que as separa. Não importa se esta distância é de 1 metro ou de 10 milhões de quilómetros. De alguma maneira, uma partícula sabe sempre o que a outra está a fazer. O problema com esta descoberta é que isto viola a afirmação por muito tempo sustentada de Einstein, que nenhuma comunicação pode viajar mais depressa que a velocidade da luz. E como viajar mais rápido que a velocidade da luz é o objectivo máximo para quebrar a barreira do tempo, este facto estonteante tem feito com que muitos físicos tentassem arranjar maneiras elaboradas para descartar os achados de Aspect. Mas também tem proporcionado que outros procurem explicações ainda mais radicais. O físico da Universidade de Londres, David Bohm, por exemplo, acredita que as descobertas de Aspect implicam em que a realidade objectiva não existe, que a despeito da aparente solidez o universo está no coração de um holograma fantástico, gigantesco e extremamente detalhado. Para entender porque Bohm faz esta afirmativa surpreendente, temos primeiro que saber um pouco sobre hologramas. Um holograma é uma fotografia tridimensional feita com a ajuda de um laser. Para fazer um holograma, o objecto a ser fotografado é primeiro banhado com a luz de um raio laser. Então um segundo raio laser é colocado fora da luz reflectida do primeiro e o padrão resultante de interferência (a área aonde se combinam estes dois raios laser) é captada no filme. Quando o filme é revelado, parece um remoinho de luzes e linhas escuras. Mas logo que este filme é iluminado por um terceiro raio laser, aparece a imagem tridimensional do objecto original. A tridimensionalidade destas imagens não é a única característica importante dos hologramas. Se o holograma de uma rosa é cortado a meio e então iluminado por um laser, em cada metade ainda será encontrada uma imagem da rosa inteira. E mesmo que seja novamente dividida cada parte do filme sempre apresentará uma menor, mas ainda intacta versão da imagem original. Diferente das fotografias normais, cada parte de um holograma contém toda a informação possuída pelo todo. A natureza do "todo em cada parte" de um holograma proporciona-nos uma maneira inteiramente nova de entender a organização e a ordem. Durante a maior parte de sua história, a ciência ocidental tem trabalhado dentro de um conceito que a melhor maneira para entender um fenómeno físico, seja ele um sapo ou um átomo, é dissecá-lo e estudar suas partes respectivas. Um holograma ensina-nos que para explicar muitas coisas no universo, teremos de usar esta nova abordagem. Se tentamos separar algo criado holograficamente, não obteremos as peças das quais esta coisa é feita, obteremos apenas inteiros menores. Esta sugestão é a sugerida por Bohm como outra forma de compreender os aspectos da descoberta de Aspect. Bohm acredita que a razão que faz com que as sub partículas permaneçam em contacto umas com as outras independentemente da distância que as separa, não é porque elas estejam a enviar algum tipo de sinal misterioso, mas porque esta separação é uma ilusão. Ele defende que a um nível mais profundo de realidade estas partículas não são entidades individuais, mas são extensões da mesma coisa fundamental. Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que ele quer dizer, Bohm oferece a seguinte ilustração: Imagine um aquário que contém um peixe. Imagine também que você não consegue ver o aquário directamente e a única imagem do aquário se dá por meio de duas câmaras de televisão, uma apontada de frente e outra de lado do aquário. Quando você observa atentamente os dois monitores, você acaba presumindo que o peixe de cada uma das telas é uma entidade individual. Isto porque as câmaras foram colocadas em ângulos diferentes, cada uma das imagens será também ligeiramente diferente. Mas se continuar a olhar para os dois peixes, acaba adquirindo a consciência de que há uma relação entre eles. Quando um se vira, o outro faz uma volta correspondente apenas ligeiramente diferente; quando um se coloca de frente para a frente, o outro se coloca de frente para o lado. Se você não souber dos diferentes ângulos das câmaras, pode ser levado a concluir que os peixes estão a inter comunicar, apesar de este, não ser, claramente o caso. Isto, diz Bohm, é precisamente o que acontece com as partículas sub-atómicas na experiência de Aspect. Segundo Bohm, a aparente ligação “mais-rápida-que-a-luz” entre as partículas sub-atómicas está nos dizendo realmente que existe um nível de realidade mais profundo da qual não estamos privados, uma dimensão mais complexa além da nossa própria que é análoga ao aquário. E ele acrescenta, vemos objectos como estas partículas sub-atómicas como se estivessem separadas umas das outras, porque estamos apenas a ver uma porção da sua realidade. Estas partículas não são partes separadas mas sim faces de uma unidade mais profunda e mais subliminar que é holográfica e indivisível, como a rosa previamente mencionada. E como tudo na realidade física está compreendido dentro destes “espectros", o próprio universo é uma projecção, um holograma. Em adição a esta natureza fantástica, este universo possuiria outras características surpreendentes. Se a aparente separação das partículas sub-atómicas é uma ilusão, isto significa que em nível mais profundo de realidade todas as coisas do universo estão infinitamente interligadas. Os electrões num átomo de carbono no cérebro humano estão interligados com as partículas sub-atómicas que compreendem cada salmão que nada, cada coração que bate, e cada estrela que brilha no céu. Tudo penetra mutuamente tudo, e embora a natureza humana possa tentar categorizar, arquivar e subdividir os vários fenómenos do Universo, toda essa divisão é artificialmente necessária e toda a natureza é finalmente uma rede sem sentido. Num universo holográfico, mesmo o tempo e o espaço não podem ser mais vistos como fundamentais. Porque conceitos como a localização, anulam-se perante um universo em que nada está verdadeiramente separado no tempo e espaço tridimensional, também podem ser vistos como projecções de ordem mais profunda como as imagens dos peixes nos monitores. Este tipo de realidade de nível mais profundo é um tipo de super holograma no qual o passado, o presente, o futuro existem simultaneamente. Sugere que tendo as ferramentas apropriadas pode ser algum dia possível entrar dentro deste nível de realidade super holográfica e trazer cenas do passado há muito esquecido. Seja o que for que o super holograma contenha, é ainda uma questão em aberto. Pode-se até admitir, por amor a argumentação, que o super holograma é a matriz que deu nascimento a tudo no nosso universo e no mínimo contém cada partícula sub-atómica que existe ou existirá – cada configuração da matéria e energia que é possível, de flocos de neve a quasares, de baleias azuis aos raios gama. Deve ser visto como um tipo de "depósito" de "Tudo que é". Embora Bohm admita que não há maneira de saber o que mais pode estar oculto no super holograma, ele arrisca-se a dizer que não temos qualquer razão para admitir que ele não contenha mais. Ou, como ele diz, talvez o nível super holográfico da realidade seja um simples estágio além do que repousa "uma infinidade de desenvolvimento posterior". Bohm não é o único pesquisador que encontrou evidências de que o universo é um holograma. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista Karl Pribram, de Standford também se persuadiu da natureza holográfica da realidade. Pribram desenhou o modelo holográfico para o quebra-cabeças de como e onde as memórias são guardadas no cérebro. Durante décadas, inúmeros estudos tem mostrado que muito mais que confinadas a uma localização específica, as memórias estão dispersas pelo cérebro. Numa série de experiências com marcadores na década de 20, o cientista cerebral Karl Lashley concluiu que não importava que pedaço do cérebro do rato era removido; ele era incapaz de erradicar a memória de como eram realizadas as actividades complexas que tinham sido aprendidas antes da cirurgia. O único problema foi que ninguém foi capaz de poder explicar a natureza de "inteiro em cada parte" do armazenamento da memória. Então, na década de 60, Pribram descobriu o conceito de holografia e entendeu que tinha encontrado a explicação de que os cientistas cerebrais estavam à procura. Pribram acredita que as memórias são codificadas não nos neurónios, ou pequenos grupos de neurónios, mas em padrões de impulsos nervosos de tipo cruzado em todo o cérebro da mesma forma que a interferência da luz laser atravessa toda a área de um pedaço de filme contendo uma imagem holográfica. Noutras palavras, Pribram acredita que o próprio cérebro é um holograma. A teoria de Pribram também explica como o cérebro humano pode guardar tantas memórias em um espaço tão pequeno. Tem sido calculado que o cérebro humano tem a capacidade de memorizar algo na ordem de 10 biliões de bits de informação durante a média da vida humana (ou rudemente comparando, a mesma quantidade de informação contida em cinco volumes da Encyclopaedia Britannica). Da mesma maneira, foi descoberto que em adição às suas outras capacidades, o holograma possui uma capacidade de armazenamento de informação, simplesmente mudando o ângulo no qual os dois lasers atingem um pedaço de filme fotográfico, e é possível gravar muitos registros diferentes na mesma superfície. Tem sido demonstrado que um centímetro cúbico pode armazenar mais que 10 biliões de bits de informação. Nossa habilidade para recuperar rapidamente qualquer informação que precisamos do enorme stock das nossas memórias, torna-se mais compreensível se o cérebro funcionar sobre princípios holográficos. Se um amigo lhe pedir que diga o que lhe vem à cabeça quando ele diz a palavra "zebra", você não terá que percorrer uma gigantesca lista alfabética para encontrar a resposta. Ao contrário, associações como "listada", parecida com um cavalo e "animal nativo da África" poderão surgir imediatamente. Uma das coisas mais surpreendentes sobre o processo de pensamento humano é que cada peça de informação parece imediatamente correlacionada com muitas outras - uma outra característica intrínseca do holograma. Porque cada pedaço de um holograma é infinitamente interligada com todos os outros pedaços, talvez a natureza seja o supremo exemplo de um sistema interligado. O armazenamento da memória não é o único quebra-cabeças neurofisiológico que se torna abordável à luz do modelo holográfico de cérebro de Pribram. Outra coisa interessante é como o cérebro é capaz de traduzir a avalanche de frequências que recebe dos sentidos (frequências de sons, frequências de luz, etc.) dentro do mundo concreto das nossas percepções. Codificando e descodificando frequências é precisamente o que o holograma faz melhor. Como o holograma funciona exactamente como um tipo de lente, um aparelho tradutor capaz de converter um borrão de frequências aparentemente sem sentido numa imagem coerente, Pribram acredita que o cérebro também se parece com uma lente e usa os princípios holográficos para converter matematicamente as frequências que recebe através dos sentidos dentro do mundo interior de nossas percepções. Um impressionante corpo de evidências sugere que o cérebro usa os princípios holográficos para realizar as suas operações. A teoria de Pribram, tem, de facto ganho um estatuto crescente entre os neurofisiologistas. O pesquisador ítalo-argentino Hugo Zucarelli recentemente estendeu o modelo holográfico ao mundo dos fenómenos acústicos. Confuso pelo facto de que os humanos podem localizar a fonte dos sons sem moverem as cabeças, mesmo se apenas possuem audição num ouvido, Zucarelli descobriu que os princípios holográficos podem explicar estas habilidades. Zucarelli também desenvolveu uma técnica de som holográfico, uma técnica de gravação capaz de reproduzir sons acústicos com um realismo quase inconcebível. A crença de Pribram que nossos cérebros constroem matematicamente a "dura" realidade pela liberação de um input de uma frequência dominante também tem recebido grande quantidade de suporte experimental. Foi descoberto que cada um dos nossos sentidos é sensível a uma extensão muito mais ampla de frequências do que se suspeitava anteriormente. Os pesquisadores tem descoberto, por exemplo, que o nosso sistema visual é sensível às frequências de som, o nosso sentido de olfacto é em parte dependente do que agora chamamos de “frequências ósmicas” e que mesmo cada célula de nosso corpo é sensível a uma ampla extensão de frequências. Estas descobertas sugerem que está apenas sob o domínio holográfico da consciência e que estas frequências são seleccionadas e divididas dentro das percepções convencionais. Mas o aspecto mais envolvente do modelo holográfico cerebral de Pribram é o que acontece quando ele é conjugado à teoria de Bohm. Concretamente, se o mundo não é nada mais do que uma realidade secundária e o que está "lá" é um borrão de frequências holográfico, e se o cérebro é também um holograma e apenas selecciona algumas das frequências deste borrão e matematicamente transforma-as em percepções sensoriais, o que vem a ser a realidade objectiva? Colocando de forma simples, ela deixa de existir. Como religiões orientais há muito têm afirmado, o mundo material é Maya, uma ilusão, e embora pensemos que somos seres físicos que se movem em um mundo físico, isto também é uma ilusão. Somos realmente "receptores" boiando num mar caleidoscópio de frequências, e o que extraímos deste mar e transformamos em realidade física não é mais que um canal entre muitos do super holograma. Esta intrigante figura da realidade, a síntese das abordagens de Bohm e Pribram tem sido chamada de "paradigma holográfico", e embora muitos cientistas tenham recebido isto com cepticismo, este paradigma tem galvanizado outros. Um pequeno mas crescente grupo de pesquisadores acredita que este pode ser o modelo mais acertado da realidade científica que foi mais longe. Mais do que isso, muitos acreditam que ele pode solucionar muitos mistérios que nunca foram antes explicados pela ciência e mesmo estabelecer o paranormal como parte da natureza. Numerosos pesquisadores como Bohm e Pribram têm notado que muitos fenómenos parapsicológicos se tornam muito mais compreensíveis em termos do paradigma holográfico. Num Universo em que cérebros individuais são actualmente porções indivisíveis de um holograma muito maior e tudo está infinitamente interligado, a telepatia pode ser simplesmente o aceder do nível holográfico. E é obviamente muito mais fácil entender como a informação pode viajar da mente do indivíduo A para a do indivíduo B ao ponto mais distante e auxilia a entender um grande número de quebra-cabeças em psicologia. Em particular, Grof sente que o paradigma holográfico oferece um modelo de compreensão para muitos estonteantes fenómenos experimentados por indivíduos durante estados alterados de consciência. Nos anos 50, conduzindo uma pesquisa em que se acreditava que o LSD seria um instrumento psicoterapêutico, Grof teve uma paciente que de repente ficou convencida que tinha assumido a identidade de uma fêmea de uma espécie pré-histórica de répteis. Durante o decurso da sua alucinação, ela não deu somente riquíssimos detalhes do que sentia ao ser encapsulada naquela forma, mas notou também que uma parte do macho daquela espécie tinha uma anatomia que era um caminho para as escamas coloridas de lado na sua cabeça. O que foi surpreendente para Grof é que a mulher não tinha conhecimento prévio sobre estas coisas, e uma conversação posterior com um zoologista confirmou que em certas espécies de répteis as áreas coloridas na cabeça têm um importante papel como estimulantes do desenvolvimento sexual. A experiência desta mulher não foi única. Durante o curso da pesquisa, Grof encontrou exemplos de pacientes regredindo e se identificando com virtualmente todas as espécies na árvore evolucionária (descobertas da pesquisa ajudaram a influenciar a cena do “homem vindo do macaco” no filme Altered States). E mais ainda, ele descobriu que estas experiências frequentemente continham detalhes obscuros que mais tarde vieram a ser confirmados como certos. Regressões dentro do reino animal não são os únicos quebra-cabeças entre os fenómenos psicológicos que Grof encontrou. Também teve pacientes que pareciam entrar em algum tipo de consciência racial ou colectiva. Indivíduos com pouca ou nenhuma educação repentinamente davam detalhadas descrições das práticas funerárias do Zoroastrismo e cenas da mitologia hindu. Em outro tipo de experiências, os indivíduos forneciam relatos persuasivos de jornadas fora do corpo, relâmpagos pré cognitivos do futuro, de regressões dentro de aparentes encarnações de vidas passadas. Em pesquisa posterior, Grof encontrou a mesma extensão de fenómenos manifestados em secções de terapia que não envolviam o uso de drogas. Em virtude dos elementos em comum nestas experiências parecerem transcender a consciência individual, além dos normais limites do ego e/ou as limitações de tempo ou espaço, Grof chamou a estas manifestações, experiências transpessoais, e no fim dos anos 60 ele auxiliou na fundação de um ramo de psicologia chamada "psicologia transpessoal" e se devotou inteiramente ao seu estudo. Embora a recém fundada Association of Transpersonal Psychology conquistasse um rápido crescimento entre o grupo de profissionais de mente similar, e se tornasse um ramo respeitado da psicologia, durante anos nem Grof nem seus colegas foram capazes de fornecer um mecanismo para explicar os bizarros fenómenos psicológicos que eles estavam a testemunhar. Mas isto mudou com o advento do paradigma holográfico. Como Grof recentemente notou, se a mente é parte de um continuum, um labirinto que não é somente ligado a outras mentes que existem ou existiram, mas a cada átomo, cada organismo e região na vastidão do espaço e tempo, o facto de que seja capaz de ocasionalmente fazer entradas no labirinto e ter experiências transpessoais não poderá parecer estranho. O paradigma holográfico tem também implicações nas chamadas ciências "concretas" como a biologia. Keith Floyd, um psicólogo do Virginia Intermont College, tem pontificado que a realidade concreta é apenas uma ilusão holográfica, e não está muito longe da verdade dizer que o cérebro produz a consciência. Mais ainda, é a consciência que cria a aparência do cérebro – bem como do corpo e de tudo mais que nós interpretamos como físico. Esta mudança na maneira de se ver as estruturas biológicas fez com que pesquisadores apontassem para que a medicina e o nosso entendimento do processo de cura poderia também ser transformado num paradigma holográfico. Se a aparente estrutura física do corpo nada mais é do que a projecção holográfica da consciência, torna-se claro que cada um de nós é mais responsável por sua saúde do que admite a actual sabedoria médica. Que nós agora vejamos as remissões miraculosas de doenças podem ser próprias de mudanças na consciência que por sua vez efectua alterações no holograma do corpo. Da mesma maneira, novas técnicas controversas de cura, como a visualização, podem funcionar muito bem porque no domínio holográfico, imagens pensadas que são muito "reais", tornam-se "realidade". Mesmo visões e experiências que envolvem realidades "não normais" tornam-se explicáveis sob o paradigma holográfico. No seu livro, "Gifts of Unknown Things," o biologista Lyall Watson descreve o seu encontro com uma mulher xamã indonésia que, realizando uma dança ritual, foi capaz de fazer um ramo inteiro de uma árvore desaparecer no ar. Watson relata que ele e outro atónito espectador continuaram a olhar para a mulher, e ela fez o ramo reaparecer, desaparecer novamente e assim sucessivamente, várias vezes. Embora o actual entendimento científico seja incapaz de explicar estes eventos, experiências como tornam-se mais plausíveis se a "dura" realidade é apenas uma projecção holográfica. Talvez concordemos sobre o que está "lá" ou "não está lá" porque o que chamamos de consenso de realidade é formulado e ratificado a nível da inconsciência humana a qual todas as mentes estão interligadas. Se isto é verdade, a mais profunda implicação do paradigma holográfico é que as experiências do tipo das de Watson não são lugares comuns somente porque nós não programamos as nossas mentes com as crenças que fazem com que sejam. Num universo holográfico não há limites para a extensão do quanto podemos alterar o tecido da realidade. O que percebemos como realidade é apenas uma forma esperando que desenhemos sobre ela qualquer imagem que queiramos. Tudo é possível, de colheres entortadas com o poder da mente aos eventos fantasmagóricos experimentados por Castaneda durante os seus encontros com o bruxo Yaqui Don Juan, mágico de nascença, não mais nem menos miraculoso que a nossa habilidade para computar a realidade que nós queremos quando sonhamos. E assim, mesmo as nossas noções fundamentais sobre a realidade se tornam suspeitas, dentro de um universo holográfico, como Pribram postulou, e mesmo eventos ao acaso podem ser vistos dentro dos princípios básicos holográficos e portanto determinados. Sincronismos ou coincidências significativas de repente fazem sentido, e tudo na realidade terá que ser visto como uma metáfora, e mesmo eventos ao acaso expressariam alguma simetria subjacente. Seja o paradigma holográfico de Bohm e Pribram aceite na ciência ou morra de morte ignóbil, é seguro dizer que ele já tem influenciado a mente de muitos cientistas. E mesmo se descoberto que o modelo holográfico não oferece a melhor explicação para as comunicações instantâneas que vimos ocorrer entre as partículas sub-atómicas, no mínimo, como observou notou Basil Hiley, um físico do Birbeck College de Londres, os achados de Aspect "indicam que devemos estar preparados para considerar radicalmente novos pontos de vista da realidade". Tradução do original: Reality - the Holographic Universe - 03/16/97. Arquivo postado como REALITY.ASC na lista KeelyNet BBS em 24 de fevereiro de 1991. * Revisão por Aerogel (24/03/2004) ** Não foram encontradas referências a autor e tradutor

XXI - o principezinho

XXI - O Principezinho - Antoine de Saint-Exupéry
(...)
Foi então que apareceu a raposa.
- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui - disse a voz - debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa...
- AH! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- O que é que "estar preso" quer dizer?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - O que é que "estar preso" quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles têm. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?
- É a única coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor...tenho a impressão que estou presa a ela...
- É bem possivel - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na Terra...
- OH! Mas não é da Terra! - disse o principezinho.
A raposa pareceu ficar muito intrigada.
- Então, é noutro planeta?
- É.
- E nesse tal planeta há caçadores?
- Não.
- Começo a achar-lhe alguma graça...E galinhas?
- Não.
- Não há bela sem senão...- disse a raposa.
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, têm um ritual, à quinta-feira, vão ao baile com as raparigas da aldeia. Assim, a quinta-feira é um dia maravilhoso. Eu posso ir passear para as vinhas. Se os caçadores fossem ao baile num dia qualquer, os dias eram todos iguais uns aos outros e eu nunca tinha férias.
Foi assim que o principezinho prendeu a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! Vocês ainda não são nada - disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês e vocês não estão presas a ninguém. Vocês são como a minha raposa era. Era uma raposa perfeitamente igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora, ela é única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Vocês são bonitas, mas vazias - ainda lhes disse o principezinho. - Não se pode morrer por vocês. Claro que, para um transeunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sózinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque foi a que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi ela que eu abriguei com o biombo.. Porque foi a ela que eu matei as lagartas (menos duas ou três, por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu vi queixar-se, gabar-se e até, às vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para o pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com aminha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.

Através

Era uma vez uma menina que foi passear pela floresta.
O sol brilhava naquele dia, as nuvens tinham todas formas de gelados, espirais, flores, árvores e estátuas de deuses brincalhões.
O ar era mais espesso que o costume, como se desse para pegar num tapete, lançá-lo ao ar, saltar-lhe para cima e desatar a esvoaçar. O barulho da água a bater nas rochas era percussão natural, pautando o ritmo dos passos daquela menina, que naquele dia estava, simplesmente, viva.
Deambulou, deambulou, deambulou, por caminhos desconhecidos, rodopiando, espiralando pelas árvores, trepando os troncos e procurando por baixo de todas as pedras algo que tinha perdido mas não sabia o que era. Algo que já conhecia e que iria reconhecer mas que não sabia como iria acontecer. Apenas sabia que iria sentir e não seria possível duvidar.
A dada altura, viu uma luz ao fundo, e era a luz reflectida na água de um lago cheio de cores vibrantes e harmonias de cores, uma sinfonia de vida em que o canto dos pássaros, o barulho do vento nas flores, o saltitar da água e a própria corrente compunham uma música nunca antes ouvida, apenas sentida em todas as suas células.
Naquele momento, perante tal visão de beleza e encantamento, êxtase natural, aquele orgasmo e frenesi de naturalidade efervescente e fosforescente, de energia incadescente, um portal abriu-se diante dos seus olhos.
Começou por ser apenas uma luzinha no ar à sua frente. Essa luz começou a desenhar um quadrado perfeito. Uma tela.
Uma voz soou, uma voz que continha em si o canto de todos os anjos, todas as harpas douradas, todas as harmonias estranhas e belas possíveis e impossíveis de imaginar. Essa voz disse: "Pinta aqui a tua alma."
A menina ergueu-se e levitou por cima da água, levada apenas pelo olhar, e chorou, pois foi a expressão mais sincera para aquele momento.
Cada lágrima dirigiu-se àquela tela e pintou-a como um pincel com a sua própria cor, cadência, expressão e intenção. As lágrimas percorriam a tela como as gotas de chuva num vidro. Ou como as gotas de chuva num solo que já possui forma e que se adequam às reentrâncias e morfologia existente...
À medida que o quadro se formava a menina sentiu-se desintegrar e desaparecer como corpo material.
A voz disse: "Entra."
Era agora ou nunca. Era sim ou não. Amor ou Medo?
Amor, amor, amor...
E como o vento, a menina entrou. Escorregou, mergulhou e elevou-se num túnel de espaço-tempo sem fim, para baixo, para cima, para todas as direcções ao mesmo tempo.
Era como estar debaixo das ondas, numa tempestade, no meio de um tornado, ou numa erupção vulcânica, simultaneamente.
Também era como estar num campo de flores, num mar de cores e cheiros, ou num parque infantil cheio de crianças e riso infinito...
Era como estar dentro do sol, como estar fundida com o magma no centro da terra, ou no coração de todos os seres humanos.
A menina viajou até ao início e ao fim de tudo, e percebeu que eram ambos o mesmo. Viu toda a sua vida como um filme em velocidade supersónica, em que todas as personagens eram mágicas e lhe ensinaram as lições necessárias e agradeceu ao melhor amigo e ao pior inimigo com o mesmo amor. Viu não só esta vida, mas todas as outras antes e todas as outras depois.
Viu-as todas ao mesmo tempo como um ecrã gigante, com múltiplos ecrãs, e viu que tinhas tido muitos rostos, muitas nacionalidades, muitas doenças, muitas bençãos, muita alegria, muito sofrimento, tudo para lhe ensinar a mesma coisa: que a essência do Todo, da multiplicidade, é a mesma. Sentiu, tocou, ERA a Unidade.
Olhou para o passado com a visão do presente e reparou em todos os sinais que sempre lá estiveram, e ao trazer essa consciência para o presente, ganhou dons proféticos pois lembrou-se do que sempre soube e que agora estava a ser confirmado, para além de todas as dúvidas e de todos os medos.
Olhou para o futuro com os olhos do presente e não com os do passado, e percebeu que podia projectar o que quisesse.
Que os sonhos que sempre tinha tido eram profecias, visões do futuro a chamá-la, e do seu passado a inspirá-la e a fazê-la recordar, embora tivesse deixado de existir passado ou futuro, apenas o aqui e o agora, sempre.
Tinha braços infinitos e com eles tocava todos os instrumentos, abria todas as portas, dava a mão a toda a gente...
O mundo todo era um conjunto, um emaranhado de antenas, inter-ligadas, fluindo, transmitindo energia e informação pelo cosmos inteiro, e compreendeu a telepatia.
Sentiu-se em casa, mas sentiu saudades dos seus amigos. Sentiu que podia ficar ali para sempre, mas que tinha muito a fazer antes do regresso final.
Um anjo deu-lhe a mão e juntos desceram do céu como uma só folha a baloiçar ao vento.
Quando abriu os olhos, tudo estava diferente. Sentiu que tinha, finalmente, nascido.
Ao lembrar-se de onde veio, lembrou-se do que cá estava a fazer, e ao escolher o amor decidiu que nunca mais iria vibrar medo em nenhuma situação.
Nunca mais se iria sentir triste sem se sentir feliz por estar triste.
Nunca mais iria amaldiçoar nada. Nunca mais iria queixar-se de nada enquanto estivesse viva, pois lembrou-se porque quis voltar.
Sentia aquele amor no seu riso, nos seus olhos, no seu canto, na sua dança, em tudo o que existia de belo.
Era como se se tivesse religado. Foi uma experiência mística em que o seu coração recomeçou a bombear do centro do sol.
E ao sentir aquele preenchimento, aquela graça, beatitude, só tinha vontade de dar amor, ajudar, andar aos beijinhos e abraços a toda a gente.
O seu objectivo de vida tornou-se colocar um sorriso no rosto das pessoas. Despertar nelas essa essência vital e partilhar aquela sensação indescritível que era mais que apenas uma sensação, era o significado da própria vida.
Todas as distorções e interferências da mente desapareceram.
Deixou de falar, para apenas cantar todo o tempo. Era tal a inspiração que era impossível não cantar constantemente. O amor foi e é a rima, a partilha foi e é a poesia.
Era um sonho real. E uma realidade sonhada é o maior tesouro que existe.
E tinha sonhado com tudo isto antes de acontecer. Antes de a conhecer já a conhecia dos seus sonhos. E isto não é fantasia. Não são necessárias figuras de estilo, quais hipérboles, exagerar seria transformar tudo num grande pleonasmo. Nem é preciso surrealizar, é o que é, por mais inacreditável que seja…São os factos encantados - É pura magia.
A entrada naquele portal deixou para sempre dentro dela uma melodia que nunca parará de vibrar. O ritmo do seu coração será sempre o bater do coração de Gaya.
A menina continuará sempre a rodopiar e a cair no chão às gargalhadas.
A vida será sempre a beleza que inunda e embriaga e entontece e faz desfalecer...
Não foi imaginação. Não é preciso idealizar. É um sonho. E é difícil de acreditar porque é real, e é quase medonho...mas não mete medo.
É.

Khalil Gibran - Um relance sobre o futuro

UM RELANCE SOBRE O FUTURO – Khalil Gibran

De trás dos muros do Presente ouvi os sinos da Humanidade.

Ouvi os sons dos sinos a anunciar o início das orações no templo da Beleza. Sinos moldados no metal da emoção e colocados sobre o altar sagrado – o coração humano.

Por trás do futuro vi multidões a adorar no seio da natureza, com as faces voltadas para o oriente e esperando a inundação da luz matinal – o amanhecer da Verdade.

Vi a cidade em ruínas e nada restar para contar ao homem a derrota da ignorância e o triunfo da Luz.

Vi os anciãos sentados à sombra de ciprestes e salgueiros, rodeados de jovens que escutavam as suas histórias de tempos idos.

Vi os jovens a dedilhar as suas guitarras e a tocar as suas flautas, e jovens mulheres de cabelos soltos dançam sob as árvores de jasmim.

Vi os homens a ceifar o trigo e as mulheres a recolher os molhos e a cantar canções alegres.

Vi uma mulher a enfeitar-se com uma coroa de lírios e um corpete de folhas verdes.

Vi a Amizade fortalecida entre o homem e todas as criaturas, e clãs de aves e borboletas a voar em direcção aos riachos, com confiança e segurança.

Não vi pobreza; nem encontrei excesso. Vi a fraterniadade e a igualdade a prevalecer entre os homens.

Não vi um único médico, porque todos tinham o saber e os meios para se curar a si mesmo.

Não encontrei nenhum padre, porque a consciência era então o sumo sacerdote. Nem vi um advogado, porque a natureza tinha tomado o lugar dos tribunais e os tratados de amizade e companheirismo reinavam.

Vi que o homem sabia que era o alicerce da criação e que se tinha elevado acima da mesquinhez e da baixeza, e tirado o véu da confusão dos olhos da alma; esta alma agra consegue ler o que as nuvens escrevem na face do céu e o que a brisa desenha na superfície da água; percebe agora o significado do sopro da flor e das cadências do rouxinol.

De trás dos muros do Presente, no palco das eras por vir, vi a Beleza como um noivo, o Espírito como uma noiva e a vida como a Noite cerimonial do Kedre.*

* Uma noite da quaremas muçulmana durante a qual, segundo se diz, Deus concede aos fiéis os seus desejos.

Thursday, March 09, 2006

Londres apos Imbolc

Bom, ca estou de volta a Londres.
Estou na casa do Pete , no sul de Londres, em Streatham Hill.
Depois do ir pro Porto de autocarro, acordei as 6 da manha e fui para o aeroporto Sa Carneiro apanhar o classico voo ryanair das 9:20. Depois apanhei outro autocarro no aeroporto paras Liverpool Street, nao explodiu nenhuma bomba, mas o coracao da babilonia estava bem agitado. Hoje, dia cachorro no calendario 13 luas, vi muita gente a porrada, passei por uma escola e vi dois miudos a chapada, e uma gaja perto de London Bridge olhou para mim e veio ter comigo e comecou aos berros. Amor incondicional acima de tudo. *suspiro* que seria da vida sem desafios? E dificil manter o equilibrio na cidade com tantas ondas e energias sempre invadindo o nosso espaco mas penso que a maneira de inverter isso e rir de todo este drama e continuar a vibrar amor. Ha uma neurose na nossa sociedade e se nos deixarmos levar pela corrente neurotica do desespero nao conseguimos nada, so alimentamos o medo. Somos o amor mas nao podemos so ser o amor lamechas (que eu ate gosto muito), mas nao nos podemos esquecer de ser guerreiros! Transformar os desafios em forca. Nao nos deixarmos influenciar pelas mentes dos outros, manter o centro, ter paciencia e humildade, bem atentos que ha muitos profetas por ai, mas tambem ha muitos vampiros. Emanar amor sempre, sempre, mas saber pegar na foice e matar a coisa ali e saber dizer nao e caminhar para longe. Se nao cuidarmos bem de nos, damos problemas aos outros e nao podemos ajudar ninguem, realmente, porque so podemos ajudar se nao alimentarmos a tristeza alheia, mas dando alegria e energia de amor e nutrimento.
Somos todos criancas frageis por dentro.
Amanha vou ensaiar com a Hillary e com o Paradox e vamos tocar no Synergy Project e domingo vou tocar com o Jamie Woon no Basemente, em Russel Square.
Aqui fica uma foto do Pete, um anjo que me acolheu aqui em Londres e me faz sentir sempre em casa.
Aqui ficam os links destes artistas, o Pete faz som electronico, misturado com instrumentos etnicos entre outros, ate ja foi a Vilar de Mouros ainda eu era uma adolescente com oculos e aparelho. www.peteardron.com
O Jamie e um anjo que arrepia com a sua presenca magnetica com letras profeticas e lindas. www.jamiewoon.com
e o paradox nao tenho link para ele.

O oficio dos loucos

o ofício dos loucos


sonhar é o um ofício deixado para os loucos
porque enfrentar o abismo é tarefa para poucos

nem todos acreditam naquilo que não vêem
mas os verdadeiros loucos acreditam naquilo que sentem
a visão apodera-se dos seus olhos
e eles não vêem mais nada
a não ser os seus sonhos.

reflexo do que projectam a partir do seu coração
e que brilha a partir de um desejo de acção
e de inspiração
inspirar mudanças
entre desvairadas danças

cantar sem medo construir o enredo
manifestar a essência a partir da vivência
aprendendo humildemente com cada experiência
é isso que vai dando o sentido
à existência

o rio da vida
por vezes calmo por vezes tumultuoso
por vezes asas infinitas outras correntes ao pescoço
correntes misteriosas que nos afundam ou que nos transportam...

basta olhar para a luz
e levitar para fora do poço
deixando ir na corrente
o que nos prende ao fosso

a certeza dogmatica
a obcessão pratica

por vezes basta sentir
para acontecer...
basta fluir
para sermos um presente ao estarmos presentes para o momento presente
e sem forçar
havemos de chegar
ao que nascemos para Ser.

e quem observar
pode escolher
sentir ou julgar

Amor incondicional

Amor incondicional

quando a vida ja é demasiado bela e não se aguenta
transborda e eterniza-se na Arte
porque quer registar nesse friso cronológico
o verdadeiro sentido ilógico
a verdade intemporal
o puro sentimento
(o Uno primordial)
cristalizado
para quem quer que abra esse portal.

E nunca é demasiado bela
Daí tentarmos sempre expressar esse Amor infinito
Até ao infinito…
Até ao infinito…

O Eterno Agora ressuscitado
A Viagem no Tempo e no Espaço com um Anjo a meu lado
E o azul e o vermelho espalhado
(por todo o lado)
E o medo completamente atolado
E os olhos vêem tudo
Até a Alma
Principalmente a Alma.
Apenas a Alma… possuindo o corpo.
Bebendo do Graal.
Contemplando o templo
Entrando no templo de pés descalços
Sem sentir a lentidão do tempo e seus precalços
E nua, escamando todas as máscaras,
Transformando todas as maçãs envenenadas em poções de Amor
Caminho ao vento, enfrento as tempestades, e bebo do gelo
Para o transformar em calor
no meu estômago o Magma
a Magia e o Céu um Só.
Um sol.
Uma explosão
A conversão final Do medo em Amor.
O fim. O verdadeiro Início.

Monday, March 06, 2006

manifesto em pretérito profético

Manifesto em Pretérito Profético
O guião da re-evolução

Trance + formação = transformação

As crianças indigo só têm de aprender a usar os seus poderes
Tantos dons e habilidades por explorar e trabalhar…
Aprender a recordar…pôr o hemisfério direito a funcionar
O inconsciente colectivo (registos akáshicos) de que Carl Jung falava
o banco de dados , a escola aberta de Agostinho da Silva
A riqueza do Ser e não do Ter
Fazer a troca directa sem ganhar nem perder
Fazer renascer os Mitos
Há um Encoberto em todos nós
Criar o silêncio interior e encontrar o nosso centro
onde a essência aguarda ser liberada
após a morte do Ego (a ilusão do poder e da separação...)
Podemos pensar: Quem sou eu para fazer Ser o que for?
Mas, na verdade, quem és para não o Ser ?
(palavras de Nelson Mandela quando estava preso )
Trabalhar a individualidade para esta ser um Bem comum
Termo-nos para nos darmos sem nos perdermos
Sonhos como guias Trabalhar com os sonhos... Acorda nos teus sonhos
Recorda os teus sonhos e acorda para os teus sonhos
Artistas como profetas
Arte psicoactiva quadros quadridimensionais
Criação através da canalização - Vibração já é criação
Seguir a nossa energia com a intuição
Não temos de a ver… a mente mente
Rezar pedir sentir acreditar , Para conhecer, basta recordar
Imaginar já é começar a conhecer
Era de Aquário Era dos Loucos : Joana D’Arc Galileu não eram loucos
A sua intenção abriu-lhes o caminho por mais estranho que parecesse
O seu coração continha uma força sublime e subtil
Loucura colectiva deixa de ser loucura
Loucos serão aqueles que se atreverem a fazer censura
A era de aquário é liberdade mas não é libertinagem
É, sim, originalidade e ousar ouvir o louco criativo e intuitivo em cada um de nós
De todos para todos é a fórmula para transcender o ego
Um sonho que sonhamos sozinhos é apenas um sonho
Um sonho que sonhamos juntos é realidade
O que escrevias já tinha profecias que agora concretizaste
O que profetizares hoje amanhã já te lembraste
Almas gémeas é como vermo-nos ao espelho…
tantas para reencontrar e para nos ajudar
a família das almas à espera para incondicionalmente cooperar
Desmascarar toda a conspiração do medo
Reconhecer o divino em nós…
o pequenino que é tão grande quando se apercebe que é tão pequenino...
com humildade e responsabilidade
O casamento do Oriente com o Ocidente
O equilíbrio entre a energia masculina e feminina
Tudo é yin e yang
Ensino WALDORF
Psicografia PsicoMagia
Trabalhar a energia Mais prática e menos teoria
Visão e consciência shamânica são essenciais
E nada de comer animais
Os nossos pensamentos estão a criar a realidade a cada momento
Ou na frequência do amor ou na frequência do medo
Experiências próximas da morte são pontapés no cú
É para te lembrares que estás vivo
E que vais morrer
Por isso vê lá se começas a viver antes disso acontecer
7 chakras 7 cores 7 notas musicais
De 7 em 7 anos Saturno vem cobrar o teu trabalho interior e o que estás a criar para ti
As tuas células renovam-se Tu mudas É para expandir!
Voltar ao Antes do tempo ser tempo
Ao barulho antes do barulho AHO IXCAHEM!
Gaya deusa mãe de todas as deusas desde sempre
A terra treme não é coincidência É consequência
Aceita a intensidade não há gravidade
Círculos de canto e de cura de canto que cura
Morrer para renascer… a Aurora do SER
O futuro é Aqui. O futuro é Agora.
é tudo Aqui, é tudo Agora...
Agora compreendo.
Paciência Humildade Pôr o ego no seu sítio
Não são tempos de termos medo
Chega de alimentar a neurose vigente! Contrariemos este ambiente Mental que nos quer programar!
Estamos a dormir? Vamos comer tudo o que nos dão?
Não sabemos dizer não?
COOPERAÇÃO em vez de COMPETIÇÃO
em cooperação todos ganhamos! todos aprendemos
partilhamos o que sabemos sem impor nem manipular
em competição todos perdemos... (só ganha o orgulho e a arrogância)
O patriarcado ainda resiste (apesar de tudo...)
Demos o exemplo pelo Amor
amor que não é apenas emoção ou sentimento
amor que é vibração
amor que é o que somos

Apocalipse = Revelação Elevação Revolução Evolução

ACÇÃO!